terça-feira, 18 de novembro de 2008

Aos Achados e Perdidos.

A existência.....
Quando terminar essa que seja igual a do meu avô paterno.
Um dia levantou.
Vestiu a roupa.
Tomou café.
Conversou com a esposa e voltou para a cama.
Quando vovó chegou era defunto.
Achei interessante essa maneira de dizer Adeus ao mundo.
Um pouco egoísta.
Uma idéia.......
Quem sabe seja assim.
Hoje o médico me ligou.
Deseja que converse com outros especialistas.
Fico pensando......
Passará, passará da licença de passar se não for o da frente será o de trás.
Cantiga de roda me veio a cabeça.
O que se há de fazer.
O doutor esta inquieto.
Ser médico tem seus momentos.
O que eu tenho?
Amor.
Essa é a única doença que quero ter.
E por ela desejo morrer.
Ainda não chegou minha hora.
É apenas um pensamento.
Papai do Céu tem planos para mim.
Esta fazendo com que eu bata a cabeça para ver se crio juízo.
Não adianta.
Sei o que não devo fazer.
Havia pensado antecipar minha viagem.
A de avião lógico.
Agora não posso.
Tenho que deixar olhares clínicos me admirarem.
Estou me sentindo um astro de cinema.
Espero não ter que atuar em mesas de operações.
Não quero ser uma estrela dopada.
Quero ouvir os aplausos.
Me poupem as flores.
Isso daria outro sentido na peça.

urububranco.

Um comentário:

gaivota disse...

Além da vida, não sabemos...
Acreditamos, queremos...
Somos os pobres mortais de hoje.
Não diferimos muito dos mortais de ontem.
O ontem, dos deuses do olimpo.
O hoje, um Deus, um Profeta, um Espírito...
Na verdade somos ligados a nós mesmos.
Apresente-se, quem esteve no inferno!
Apresente-se, quem esteve no paraíso!
Ninguém...
Até agora ninguém se apresentou,
ao longo de toda essa existência, na face da terra.
Onde estão os que se foram!
E eu? Também não sei para onde vou.
Sei apenas que vou, e vou só.
A única coisa que conheço,
é a porta por onde entrarei.
Depois ela se fecha,
e a partir daí estarei sozinho,
como nunca estive.
Alguns falam que poderemos ter companhia.
Como saber? Ninguém voltou para contar.
Mas pelo pouco que sei, imagino que
ao passar pela porta, já terei partido, deixando meu casulo para trás.
Ele, apenas ele é quem vai passar pela porta.
Aí alguém grita! Não é bem assim!
Oh! Você é espírita!
Agora não importa mais.
Se não gostaram do nome casulo,
bem, escolham outro, mas a porta,
a entrada, o caminho, o destino não mudará.
Será o mesmo para todos.
Como você disse,
viemos só, e partiremos também só.
Mesmo que peguemos o mesmo vagão na mesma estação, não saberemos dos nossos destinos, no além.
Falar sobre o quando, o como, e o porque, é divagar sem rumo e sem porto de chegada.
Vivamos o hoje, que poso ver-te.
Apreciar a beleza que trazes nesta alma pura.
No teu sorriso de candura.
Escutar tua voz rouca sussurrando no meu ouvido, palavras de amor.
Sentir o cheiro da tua pela macia.
Perder-me nos teus cabelos.
Segurar tua mão.
Olhar nos teus olhos.
Caminhar ao teu lado.
Olharmos nas mesmas direções.
Sentir tua presença de olhos fechados.
Escutar teus passos em minha direção.
Sentir o frescor dos teus lábios ao tocarem os meus.
Sentir o calor de um abraço.
Esquecer o cansaço.
Molhar-me em tuas lágrimas de felicidade.
Antes do beijo salgado.
E assim perdermo-nos no tempo,
Nas assas de um coração alado.