sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

Detalhes.



Ontem fui visitar um tio.
Esta se despedindo do mundo.
Regressei ao tempo.
Eu com dezenove, meu primo com vinte e dois e a prima com vinte e cinco anos.
Eramos um trio.
Durante a semana íamos para a faculdade juntas.
Minha prima cursava e eu assistia.
Nos intervalos eu tentava um ping-pong na área com um colega japonês.
Meu primo sempre se mantinha calado.
Para mim era difícil imaginar o que estaria pensando.
As conversas eram poucas.
Frases atravessadas nos comerciais de algum filme.
Na sala em frente a televisão estávamos soltos.
Liberdade gostosa.
No final da tarde minha tia regressava do trabalho.
Os cinco reunidos na sala em volta da mesa.
Compartilhávamos das novidades do dia.
Cinco horas, o lanche.
Por primeira vez fui ao cinema em São Paulo.
Com a turma da universidade.
A prima tinha um colega interessado em me conhecer melhor.
Minha mente nada me dizia.
Sem interesse.
Ela achou melhor ficar do meu lado.
Me cuidar.
Quando saíamos juntas era enfeitada.
Usava suas saias, blusas e botas.
Uma fascinante transformação.
Essa sensação de irmã mais nova dos primos ainda sinto.
Voltando ao filme.
Decamerão, de Boccaccio
Vi no cinema.
Mil novecentos e oitenta, agosto para ser mais exata.
Recordo porque chocou.
Era ingênua.
Apenas fui.
A juventude é interessante.
A maioria vai, nada mais.
As novidades são o máximo.
Adrenalina a todo vapor.
Nessas minhas passagens tenho viva as recordações.
Cada uma.
Algumas delas com datas e dias marcados.
Vivi essa adolescência com o cérebro.
Numa ocasião no elevador do meu prédio fui paquerada.
Não com palavras.
Com olhares e piscadas.
Fiquei de boca aberta, como dizem.
Tinha meus vinte e três anos.
Foi quando me dei conta que as pessoas não tem os mesmos gostos afetivos.

urububranco.

segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

Uma Mãe Somente.


Hoje foi o primeiro dia na escola.
Senti o entusiasmo da menor da familia.
A ansiedade estampada no rosto.
Interrogações de todos os tipos.
Um mundo diferente do que conhece.
Comparações foram feitas.
Mesmo para mim foi algo diferente.
Acostumada a mover com bicicleta.
Durante oito anos.
Escola, supermercado, hospital, reunião.....
Uma locomoção fácil de acostumar.
Não importa o céu.
O tempo e as inconveniências são poupados por duas rodas.
Cortar caminho em busca de atalhos.
Uma costura no meio do tráfico de autos.
Transporte gostoso e ágil.
Agora o método é distinto.
Nova vida.
Flexível, não sei.
As situações se enquadram devagar.
Mexer e combinar.
A cozinha é bem vinda nesse tumultuo de idéias.
Imaginar e fazer.
Uma fantasia dentro da realidade.
Penso muito nos dois que ficaram.
Difícil não pensar.
O acordar com mamãe entrando no quarto.
O pente em cima da cômoda é o utilizado.
Em poucos minutos ele entra em contato com uma cabeça.
Mexendo nós cabelos do filho.
O relógio para o pulso é o primeiro a ser entregue.
As perguntas no quarto antes da saída.
" Que horas volta?"
"Quer lanche para hoje?"
Na cozinha.
Chocolate frio, pão e queijo quente na mesa.
O preparo do lanche da maneira que gostam para a escola.
O corre-corre antes de pegarem as bicicletas.
Mamãe com toalha de cozinha nas mãos para limpar os assentos dos transportes.
Molhados pela chuva ou pela neve da madrugada.
Quem passa o portão primeiro?
O desespero por outra bicicleta estar dificultando a saída.
Mamãe vai em auxílio.
Os fins de tardes todos de regresso ao lar.
Tento estar em casa.
Conversas cortadas e interrompidas pelas novidades do dia.
Vozes atrapalhadas.
Notícias se misturam.
Nessa confusão escuto.
Atenção aos assuntos.
Alguém se chateia.
Não consegui atender os quatro ao mesmo tempo.
Tento corrigir.
Organizo por ordem de chegada.
Peço tempo.
Não quero ninguém irritado.
Começo de novo.
Esses rostos sem experiências e cheios de emoções me esquentam o coração.
A voz do mais velho enchendo a casa.
Os gritos de revolta da minha filha de dezessete anos se fazem ouvir.
Barulho na cozinha ao chegarem da rua.
" mamãe estou com fome! O que você fez para comer?"
Mãos incertas abrindo panelas em cima do fogão.
Portas de armários fecham e abrem.
Na buscar de algo para distrair antes da refeição.
Isso é sentir.
É viver.

urububranco.

domingo, 25 de janeiro de 2009

Questão de Cabeça.

É fácil parar no tempo.
Estacionar na atmosfera.
Complicado voltar dessa levitação.
A mente desprende de tudo.
Segue um rumo sem bússola.
Isso é perigoso.
A semana passada me molestei.
Mudei meu estado distraindo minha atenção noutra direção.
Consegui mudar meu animo.
Mas isso ficou na cabeça.
Algo obvio.
As atitudes.
Quando algo incomoda falo.
Não escutam me fecho.
Tento sair disso sem ajuda.
Sei que sempre estivemos juntos de alguma forma.
Os anos cronológicos não dizem nada para um espírito.
Temos muito que frear.
A revoltada e o rebelde.
Aparecem acontecimentos que me deslocam.
A vida lá fora dá amplitude.
Ontem senti isso num salão.
Travei conversa com uma pessoa.
Gostei.
Não luxo.
Não preconceito.
Um bate papo somente.
É algo.
A vida na Europa modifica muito um ser humano.
Entramos em choque.
Hábitos e costumes para aprender.
Encontrei um Brasil modificado.
Do passado, somente o início da adolescência.
Esses foram os melhores anos.
Adquirir conceitos difíceis de largar.
Anos de cartilha.
Esperar.
Isso é uma constante na vida.
Mesmo aqui.

urububranco.

Um Lugar

Hoje sai de moto com meu Piloto.
Vi e não vi nada.
Me transportei várias vezes para outro espaço.
Viajei no tempo sem perceber.
Pingos de água atingiram minha alma.
Uma doce melancolia me invadiu.
Rodamos a estrada.
Parada em Bragança Paulista.
Pequeno passeio pelos arredores.
Um minuto de observação.
De baixo dos galhos de uma árvore.
Poderia me deixar ficar.
Me abandonar nesse lugar.
As pessoas não estavam visíveis aos olhos.
Somente as folhas desse vegetal com seu tronco.
Uma gostosa sensação de permanecer ali.
Gosto desses passeios.
Sem saber.
Apenas seguir.
Acompanhar as curvas do caminho.
Filme passando no meu cérebro.
Por fração de segundo.
Uma verdade.
Tento não pensar.
Aperto minhas mãos num abraço.
Não tenho lugar definido.
Não existo.
Tudo diferente.
Nada semelhante.
Uma mão na coxa me fez voltar.

urububranco.

quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

O Provocar de um Vulcão.


Não tenho estado muda.
Parei as palavras.
Os gestos tomam conta.
O estado de silêncio é segurança.
Sinto os acontecimentos.
É difícil frear atos alheios.
Prevê-los me da arrepio.
Sei que meu Piloto está tranquilo.
Tive momentos de susto.
Tenho sido testada de todos os modos mentalmente.
Não gosto de esconderijos.
Não sou criminal.
Não tenho saída nessa situação.
Escuto nada mais.
E como escuto!
Não quero magoar nem ferir.
Quero o justo.
O correto em tudo.
É trabalhoso agir.
As leis morais da vida são exatas.
Segui-las não é impossível.
Não há perguntas.
Não quero saber o que pensam.
Não necessito ver o que fazem.
Não importa.
Sei quem sou.
Meus filhos confiam.
Não há outro modo.
Tenho o silêncio.
Meus pensamentos se batem com outros.
Ganas de gritar o que sinto.
O controle sempre obedece a lógica.
Estou numa viagem.
Cuido para não colidir nesse espaço.
Um caminho tão conhecido por Ele.
O roteiro - o primeiro que faço.
Viajou outras vezes nessa direção.
Sinto o que Ele sentiu.
Compreendo coisas ocultas ao meu entendimento.
Não quero ser dura com outros.
Sou inteligente.
Recuso pensar nos temas que me colocam na frente.
Não é difícil viver, sorrir, amar.....
Difícil pensar no que expõem aos meus ouvidos.
Escutar conversas e opiniões.
Me revolto.
Entro em atrito comigo mesma.
Meus atos demonstram meu estado.
Procuro meu Piloto.
Misturo minha alma na sua.
Respiro seu ar.
Pressinto seu gosto.
Desfruto seu prazer.
As mãos buscam a satisfação de sentir.
Não há limites.
Célula, artéria, pulso........
Tremor e desejo invadem o corpo.
O desconhecido aparece.
Me deixo levar pelo impulso.
Não peço.
Tomo e possuo.
Raciocínio, nenhum.
Quem é quem?

urububranco.

quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

Escolhas

Aprendemos a fazer escolhas, e passamos a nossa vida fazendo escolhas. Militar ou civil? Caso ou fico solteiro? Tenho filhos ou não? Fico no emprego ou mudo? Compro carro ou não? Compro casa ou não? Faço seguro ou não? Faço plano de saúde ou não? Meu filho, escola pública ou particular? E por aí vai. À medida que o tempo passa, revemos as nossas escolhas, muitas não podem ser mudadas, mas podemos aprender com os erros a melhorar nossa qualidade de vida. Já disseram e é verdade, no palco da vida não existe ensaio, tudo é pra valer. Não podemos fazer um rascunho da nossa futura vida de casado, para depois passar a limpo e ter um casamento maravilhoso. Casa-se e aprende-se durante o casamento como é a vida de casado. Tem-se o filho, e enquanto o filho cresce, aprendemos a educar.

Não existe um curso ou manual, apenas a inteligência, a educação, o bom censo e intuição. O filho não vem com certificado de garantia e manual. Quando você já sabe cuidar do bebê, ele começa a andar. Quando você já sabe cuidarda criança ela vira um adolescente. 

 Quando já nos acostumamos ao adolescente ele vira um adulto. Alguns sabem aproveitar a viagem para curtir no final, a formatura dos filhos e estão preparados para a chegada dos netos, outros passaram a vida dedicando seu tempo ao trabalho para depois olharem para os filhos, e aí os filhos já são adultos. Não viram a paisagem durante o caminho. Eu pensei que estava chegando ao fim. Filhos formados.  Vida estabilizada. Na memória: O primeiro beijo, a primeira namorada, a primeira aula, a primeira professora, o primeiro vôo como piloto, o salto de pára-quedas, o primeiro emprego, o casamento, o nascimento dos filhos, cada nascimento é único, a primeira vez que você olha para o seu filho é única. 

E assim se vão todas as primeiras vezes, todos fazem parte da paisagem através do caminho da vida. Um dia os filhos formados ou já com a formação garantida. Olhamos para trás e vemos uma vida bem vivida e realizada. Agora a estabilidade que chega coma idade. Filhos preocupados com minha solidão. Mas surge um inesperado amor e voltamos a escolher, quando já pensávamos ter escolhido tudo. A paz , a solidão de todo o tempo do mundo, ou o recomeço, com as caras de quem acabou de acordar na mesa do café da manhã. O trabalho, o alvoroço do almoço, gosto, não gosto, alô pequenina espere a sua mãe acabar de falar. Coma tudo, senão não ganha sorvete. Não vá para a sala com o copo de suco na mão.

Por favor, tire o fone de ouvido à mesa. Alguém já deu comida para o cérebro? (animal de estimação). Quem quiser tocar flauta entre no quarto e feche a porta. Afinal quer parar de fazer barulho para que eu possa ver o filme? Bom. Escolhi a vida escolhi o recomeço, agradeço a Deus por essa aeromoça que apareceu na minha vida e trouxe seus filhos para que possamos juntos apreciar todas as paisagens que ainda estão por vir. No fim a a vida se parece um pouco com o título da peça de William Shakespeare. Basta entender assim. Vou aproveitando a vida e evitando fazer  "Muito Barulho Por Nada". gaivota.

Acabou-se o Feitiço

Era uma vez, um casal de namorados. Ele no hemisfério sul e ela no hemisfério norte, na Holanda. A diferença de cinco horas de fusos horários dificultava o namoro. Quando ele ia dormir a meia noite ela estava acordando às cinco da manhã. Quando a gente ama, nada é impossível. Chegaram a lembrar do filme O Feitiço de Áquila, estrelado pelo ator holandês Rutger Hauer e Michelle Pfeiffer. Uma bonita história de amor. O roteiro foi inspirado numa lenda do séc. XII. É a história de um casal que é vitima da maldição de um Bispo de Áquila (uma cidade medieval famosa por sua prisão). Eles estão sempre juntos, mas não podem concretizar seu amor.          

Durante a noite, ela se transforma num falcão e durante o dia, ele se torna um lobo. O único momento em que se vêem é durante poucos instantes no crepúsculo. Tudo é desvendado aos poucos, através de um pequeno ladrão que   é ajudado pelo casal e se envolve na história, ajudando-os a acabar com o feitiço. O nosso casal começou a mudar de hábitos. Eles namoravam via recursos tecnológicos. Ele das 19 às 21 horas, que para ela correspondia da meia noite às duas da manhã. Foi assim, que diariamente durante mais de seis meses, foram planejando o futuro. Agora depois de muitas aventuras e suspenses, “terminado o feitiço”,  compartilham o por do sol, o leito, e a alvorada, além dos tempos livres entre as atividades normais de cada um. O Amor, se for digno,  sempre encontra o seu caminho. gaivota

terça-feira, 20 de janeiro de 2009

Efeito Casimir ?

Em 1948 o físico holandês Hendril Casimir dos Laboratórios de Pesquisa Phillips previu que duas placas metálicas paralelas descarregadas estão sujeitas a uma força tendente a aproximá-las. Esta atração é chamada Efeito Casimir. Este mês a Aeromoça Espacial acompanhou seu Piloto, em uma seção de Yoga. Ficaram lado a lado e após os alongamentos  durante o relaxamento, ela se desligou. Parou de escutar a sua respiração. Neste instante sem saber onde estava tossiu para retornar a realidade. Ainda não se sabe se foi por causa do efeito Casimir. 

 Para isso os dois teriam de ser placas metálicas e estarem descarregados. Placas é o que não são e descarregados também não estão. A única ligação é que alguma força os mantém grudados e essa atração começou quando ela estava na Holanda. O fato é que ela levitou apenas com a sua mente, mas já foi o suficiente para ela tomar um grande susto. Ainda bem que seu Piloto estava a seu lado. Agora é só tomar cuidado para não relaxar andando na moto. O seu Piloto tem uma maneira própria de verificar se ela está bem, pois de vez em quando toca na manga, e ela responde apertando-lhe nos braços. gaivota      

segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

“Titio calmo, todo mundo calmo”

Alguém tem coceira naquele lugar, uma criança. Bom temos de resolver. Se nenhuma providência for tomada, as conseqüências serão imprevisíveis e não se faz isso com uma criança. Bom, telefona para cá, telefona para lá. Ok encontrado um caminho. Pegar mamãe e criança e levar ao pronto atendimento do hospital. Tudo rápido e improvisado, mas já fiz isso durante muitos anos. Problemas de saúde, não avisam com uma semana de antecedência, e alguns quando acontecem, tem de ser diagnosticados e administrados os remédios o mais rápido possível. Este era um desses casos. Todos chegaram bem. O atendimento na recepção foi bom. Tive o cuidado de pedir uma médica pediatra e não um médico. A médica, formada em pediatria e nefrologia, tinha a cara de nerd.  


Parecia um homem, cabelos pretos curtos, rosto fino, óculos de lentes grossas. Colocou a menina de barriga para cima, termômetro embaixo do braço, e com as pernas abertas, em “forma de borboleta”, afinal essa é a linguagem da pediatria, pediu para a mamãe acompanhar e dar uma olhada. Mostrou  e explicou o que se passava. Essa é uma situação que leva a mamãe a um stress, a jato. Atendeu bem, mas como um nerd, esqueceu de tirar o termômetro da pequenina, que ao levantar, espocou-se no chão. Recomendou uma higiene no próprio hospital, e após isso, uma coleta de urina a ser feito pelo pessoal da enfermagem. Uso de papel de bebê na higiene? Nem pensar disse a pediatra. Mais uma causa de stress para a mamãe. Em seguida coleta de urina na enfermagem. Mamãe entrou em “panic”. (stres+stres+stres=panic).  Aqui eu não fico mais.      

 A higiene vai demorar, faço melhor em casa. Mas o tempo para levar para casa e voltar seria maior que o tempo da higiene. Bom eu preparava a documentação do exame de urina e mamãe dizia: “eu vou embora e não vou esperar mais nada, a pequenina está com fome”. Eu estava calmo e lembrei de uma frase que não era minha mas cabia bem naquela hora: “Titio calmo, todo mundo calmo”. Então eu disse: “Um momento já volto”, ao mesmo tempo em que a mamãe completou: “Se você sair vou embora”. Saí e voltei com um Danone de morango, para acabar coma fome e distrair. Com uma  ansiedade da mamãe não ter ido embora A pequenina entrou e saiu sem fazer o xixi, e agora? Vamos a lanchonete comprar um litro de suco de laranja para a pequenina. Mamãe surtou. Agora não gostei. Tudo improvisado, era só tomar um remédio e pronto. Mamãe parou no tempo. Eu não vou com vocês! Vou ficar aqui! E ali ficou, parada olhando para o céu, procurando alguma orientação nas nuvens, procurava, procurava e nada, talvez porque estamos no hemisfério sul.  Fui com a pequenina até a lanchonete, escolheu refrigerante de limão e depois do primeiro gole: “Titio o xixi não quer esperar, já vai sair”. Pequenina no colo, caderno embaixo do braço refrigerante em  outro braço e lápis de cera na mão em direção a enfermagem. Gol do xixi dentro do copinho, após um belo passe da enfermeira. Estacionamento pago. Mamãe lá embaixo das árvores. O resultado me pareceu bom: No mesmo dia fomos bem atendidos. Sem agendamento em menos de uma hora. O exame de urina, colhido pela enfermagem, logo após a consulta, com resultado uma hora e meia após a coleta, retorno a médica para prescrição da receita a nossa escolha: Após o resultado do exame ou mais tarde com a mesma médica. Enfim estou vivo, ou isso não é uma família! gaivota

sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

Novos Horizontes

Finalmente,  depois de meses separados, a aeromoça espacial e seu piloto, começaram uma vida em comum. Não estão sós. São  uma família, com as crianças e com o Cérebro.Um bichinho de estimação.Quando estão juntos, tudo muda. A sensação dos dois é a de que tudo se passa em câmera lenta. O piloto sabe apreciar cada momento. A aeromoça é linda. Ela é elegante, tem um corpo bonito, sobrancelhas típicas de um “vulcano”, olhos amendoados e castanhos, cabelos lisos em desalinho, identificam a sua atitude rebelde, com não se sabe o que. O sorriso, esse é constante. Seu perfume é inesquecível. Um colar de coração prateado, repousa sobre os seios semi-descobertos. Brincos prateados, pendem das suas orelhas e um broche de folhas prateadas, prendem, o chale sobre o peito. Um bom começo. Planos futuros, simples como eles são.. O primeiro dia do ano começou bem, um céu azul, sol e um bom passeio de moto a dois e muitos aromas e paisagens a apreciar. Como ela disse no início do passeio: “Não importa aonde vamos. Aonde você for eu irei.”  O objetivo, era estarem juntos e isso eles já conseguiram. Agora o que importa é viver intensamente todos os momentos.  gaivota

sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

Filme de Época em Preto e Branco


A sua chegada definitiva. Esperamos muito por esse momento. Sabemos o quanto vale cada segundo de nossas vidas lado a lado. Independente das nossas vontades, sempre imperou a responsabilidade. Esperávamos ver a nossa responsabilidade compartilhada, mas não esperávamos nos tornar reféns da responsabilidade. Bom, agora já não importa, passamos por várias fases dignas de um filme estilo Casa Balança, só que um não é Victor Laszlo o herói  e o outro não é Rick o galã, só você que é tão linda quanto a Ilsa e as autoridades, bem, não esperamos por elas. Em cinco dias passamos pelas fazes em que você foi confiante a espera de diálogo. Durante a espera recebeu ameaças que incluiriam autoridades, acabaria refém. Providências de última hora, ansiedade misturada a desapontamento. Necessidade absoluta de partir. Dificuldades e imprevistos. Pensar rápido, passagem na mão, mais mudanças no aeroporto, agora o céu e um destino seguro. Essa situação me lembra uma outra ocorrida em Belém, na década de 40, quando um casal recém casado, teve a sua certidão de casamento rasgada a beira da escada de embarque do avião, que os levaria para São Paulo. Naquela época o oficial comandante da aeronave, embarcou o casal, afinal eram maiores de idade, portanto, com certidão ou sem certidão, poderiam viajar para onde quiserem. Uma coisa é certa, esse casal de Belém formou família e o amor dos dois até a morte serviu de exemplo. A nossa história, acabou de começar. gaivota

 

quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

Animal Ferido.


Agora compreendo porque não gosto de ir ao Zoo.
Criaturas com limites.
Liberdade calculada e medida.
Sou um animal também.
Qualquer bicho assustado foge.
Não tenho mais segurança dos atos alheios.
Isso me provoca distúrbio.
Devo muito a quem esta me ajudando.
Me sinto realmente grata.
É uma dívida que tenho honor em pagar.
Tento pensar positivo constantemente.
Foi assim que cheguei até aqui.
Antes não havia perigo.
Escapar era o último.
Como se pode evitar.
O ser humano as vezes é irracional.
Não consigo entender essa confusão sobre esse assunto.
Os sentimentos não contam!
Sei que na cabeça dos outros não os tenho.
A realidade sempre vence qualquer emoção.
É assim que esse ser que vive na Europa pensa.
Tem sido há vinte e dois anos dessa maneira.
Por que iria compreender diferente.
Não quer observar o outro lado.
Vejo tantos casais separados.
No íntimo sempre estiveram juntos.
Não por amor de um homem por uma mulher.
Amizade perpetua.
Amor fraternal.
Juntos educam os filhos da melhor maneira possível.
Percebo que o diálogo será um desastre.
Ameaças.
Não fiz nada castigável.
Estou amando nada mais.

urububranco.

urububranco.

terça-feira, 6 de janeiro de 2009

Minha Alma.


Não é difícil sentir, ver, cheirar, ouvir.
Mas é perturbador falar, expressar as palavras.
O que a alma grava é quase sagrado.
Guardo somente para mim.
Não compartilho com ninguém.
Somente meu Piloto pode entrar.
Mesmo assim tenho cautela.
Somos universos parecidos.
Com pequenos pontos a descobrir.
Sinto que não necessito falar.
Ele sabe.
Há coisas que não tenho curiosidade.
Não quero saber mesmo.
Evito que me falem ou expliquem.
Me sinto triste quando escuto algo que não se adapta ao meu ouvido.
Sempre pensei que os acontecimentos ruins acontecem somente com os outros.
Não me sinto gostoso.
Gostaria de não estar aqui nesse momento.
Me sinto ameaçada.
Fugir.
É o que tenho na cabeça agora.
Jamais pensei que me fossem esmagar.
É o que sinto hoje.
Tantos anos......
Ganhei força e segurança mental.
Mas foi preciso perder algo.
Hoje caiu o pano que cobria o palco.
Sempre soube.
Não queria pensar.
Não gosto de ter pensamentos cinzentos.
Nada é mais importante que o bem estar do ser humano.
Seu EU.
Sinto dor no peito.
Angustia.
Mesmo com os olhos fechados detecto o perigo próximo.
Quero voar até Você.
É o único lugar que desejo.
Tenho que esperar.
É engraçado....
Aguardar o sobressalto.
Eu sei o que vai acontecer.
Isso me abala.
E como!!
Estou sendo testada.
Pela segunda vez.
As vezes me surge uma interrogação.
O que tento não saber a resposta.
A palavra que me sustentar é a FÉ.
Não existe nada mais.
Tudo da melhor maneira possível.
Depende de mim apenas.
Fazer com que os acontecimentos caminhem na direção certa.
Decidir sempre foi fácil.
Fazer se compreender é o trabalhoso.
Tive duas semanas de felicidade.
Senti a eternidade nesse mar de emoções.
Nadei pelo seu corpo.
Sem pressa.
Sem tempo.
Sem freios e palavras.
Solta.
Mergulhei até o fundo da alma.
Me deixei levar pelo desejo.
A vontade de conhecer foi mais além.
Me achei na sua pele.
Descobri na sua boca o gosto do prazer.
Meus dedos pediram sensações mais profundas.
E senti cada toque.
Cada carícia.....
Vivi o mais profundo.

urububranco.

segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

Atmosfera Constante.


Duas semanas valeram uma vida.
Você me fez mulher.
Um olhar.
Um gesto.
Uma respiração.
Me ofereceu Você.
É o máximo que um ser humano pode chegar.
Vi os séculos em seus olhos.
Senti sinceridade na alma.
Agradeço por ter cruzado meu caminho.
Não importa as circunstâncias.
É por Você que esperei todo esse tempo.
Aonde estou, nesse local.
Me vem flash da " Lua de Mel ".
Que turbulência imprevisível.
Mas estava segura.
Afinal meu Piloto estava no mando.
Conseguimos escapar dos meteoros.
Das faíscas emitidas pelas línguas de fogo.
Raios provocados por tempestade inesperada.
Nessa atmosfera agitada tivemos senso comum.
Continuamos sem abalos.
Mais unidos e firmes nas decisões.
É gostoso fazer todos os desejos.
Realizar todas as vontades.
Viver com juízo claro e inabalável.
São eternos o que se registra a alma.
Infinitos como nossos pensamentos.
Você, somente você pode entrar na minha vida.
Compartilhar meu mundo.
Mais ninguém.

urububranco.