segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

Uma Mãe Somente.


Hoje foi o primeiro dia na escola.
Senti o entusiasmo da menor da familia.
A ansiedade estampada no rosto.
Interrogações de todos os tipos.
Um mundo diferente do que conhece.
Comparações foram feitas.
Mesmo para mim foi algo diferente.
Acostumada a mover com bicicleta.
Durante oito anos.
Escola, supermercado, hospital, reunião.....
Uma locomoção fácil de acostumar.
Não importa o céu.
O tempo e as inconveniências são poupados por duas rodas.
Cortar caminho em busca de atalhos.
Uma costura no meio do tráfico de autos.
Transporte gostoso e ágil.
Agora o método é distinto.
Nova vida.
Flexível, não sei.
As situações se enquadram devagar.
Mexer e combinar.
A cozinha é bem vinda nesse tumultuo de idéias.
Imaginar e fazer.
Uma fantasia dentro da realidade.
Penso muito nos dois que ficaram.
Difícil não pensar.
O acordar com mamãe entrando no quarto.
O pente em cima da cômoda é o utilizado.
Em poucos minutos ele entra em contato com uma cabeça.
Mexendo nós cabelos do filho.
O relógio para o pulso é o primeiro a ser entregue.
As perguntas no quarto antes da saída.
" Que horas volta?"
"Quer lanche para hoje?"
Na cozinha.
Chocolate frio, pão e queijo quente na mesa.
O preparo do lanche da maneira que gostam para a escola.
O corre-corre antes de pegarem as bicicletas.
Mamãe com toalha de cozinha nas mãos para limpar os assentos dos transportes.
Molhados pela chuva ou pela neve da madrugada.
Quem passa o portão primeiro?
O desespero por outra bicicleta estar dificultando a saída.
Mamãe vai em auxílio.
Os fins de tardes todos de regresso ao lar.
Tento estar em casa.
Conversas cortadas e interrompidas pelas novidades do dia.
Vozes atrapalhadas.
Notícias se misturam.
Nessa confusão escuto.
Atenção aos assuntos.
Alguém se chateia.
Não consegui atender os quatro ao mesmo tempo.
Tento corrigir.
Organizo por ordem de chegada.
Peço tempo.
Não quero ninguém irritado.
Começo de novo.
Esses rostos sem experiências e cheios de emoções me esquentam o coração.
A voz do mais velho enchendo a casa.
Os gritos de revolta da minha filha de dezessete anos se fazem ouvir.
Barulho na cozinha ao chegarem da rua.
" mamãe estou com fome! O que você fez para comer?"
Mãos incertas abrindo panelas em cima do fogão.
Portas de armários fecham e abrem.
Na buscar de algo para distrair antes da refeição.
Isso é sentir.
É viver.

urububranco.

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