sábado, 28 de fevereiro de 2009

Bebendo aos Poucos.


Meu Piloto dorme.
Estou sozinha na sala.
Não quero molestar.
Fiz coisas incríveis nessa existência.
Sem perceber cavamos a própria sepultura para deitar nela.
Há situações na vida que não se pode voltar atrás.
Quero sentir sempre.
Um abraço no silêncio.
Um olhar que me invade a alma.
São emoções que não se devem abandonar.
Dormimos envolvidos no carinho dos nossos olhos.
O sabor de viver esse cuidado constante.
Esperar quando volta e quedar na porta quando se vai.
É meio arcaico, eu sei.
Ainda não partir e já me chegou a saudade.
Sei que será por pouco tempo.
Mesmo assim não gosto da idéia de dormir fora de casa.
Isso não estava amadurecido na mente.
É ilógico essa situação.
Vai de encontro comigo.
Na outra semana completará dois meses que estou com meu Piloto.
É como se eu nunca tivesse me separado dele.
Essa distância do passado foi necessária.
O valor é reconhecido dessa maneira.
Espero um milagre.
Acredito em fadas madrinhas, dragões e bruxas.
As últimas principalmente evito.
O planeta esta cheio delas.
Todo ser humano pode tudo.
Depende da capacidade mental que possui.
O destino é feito a cada dia.

urububranco.

Gotas no Tempo.



Ontem e hoje aproveitei para fazer o que gosto realmente.
Noto que a leitura me da calma.
Tenho sentido meu sistema nervoso agitado.
Foram muitas situações ao mesmo tempo.
Sem dizer que escuto minha filha de quinze anos reclamar.
Deixar opiniões pelo ar.
Dar comentários fora de hora.
Expressar frases inconvenientes.
Sei que esta em mudança.
Tem apenas essa idade.
O mundo parece inexplicável.
A escola um bicho papão.
Pronto para comer sem piedade.
Tento não seguir a corrente.
Mas isso me irrita profundamente.
Nada esta demasiado bom para ela.

urububranco.

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

Sufocando as Palavras.

Esta chovendo.
Gosto desse tempo.
Há um certo encanto no cinzento do céu.
Olhando do ponto onde me encontro posso alcançar as montanhas.
O trovão tem aspecto de um tambor metálico.
A claridade dos relâmpagos nesse escuro teto trazem uma certa serenidade e melancolia no espírito.
Me identifico com essa natureza.
Necessitava dessa liberdade de espaço.
É algo predominante no caráter.
Me asfixio com a falta de lugar.
As pessoas não compreendem.
A verdade....
A auto suficiência tem seus problemas.
É trabalhoso pedir.
Mas fácil fazer.
Compreendo o que acontece ao meu redor.
Tenho um raio no cérebro.
Surgiu no fim de semana.
Observei o que não queria.
Voltei no tempo dos meus dezoito anos.
Esse pensamento.
Querer e não ter.
Desejar e não poder.
Derrotas sem chances.
Vontade sobre a matéria.
Entendi atitude do ser humano.
Um olhar marcou essa semana.
Quisera errar no instinto.
É como cheirar o obvio.
É uma gravação que não quero ter na mente.
Apago com a dúvida.
Não quero a resposta dado pela boca.

urububranco.

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

Contar o Tempo.


É de noite.
São as onze e meia para ser exato.
Mais um dia a seu lado.
É importante as vinte e quatro horas.
Desfruto todos os minutos como se fossem os últimos.
Olho para ele sinto felicidade.
Ainda há muito que fazer.
Não importa.
Tudo a seu tempo.
Não se pode mudar o tempo.
Podemos mudar destinos.
Isso é o máximo que o ser humano alcança.
Os seres não se dão conta do mal que fazem a si mesmo.
Em ocasiões é necessário a solidão e o abandono para descobrirem o que sempre esteve aos olhos.
Gostaria de mudar o comportamento humano.
As vezes me pergunto o que poderia fazer de melhor.
A cidade dorme o sono do silêncio.
Olho através dos vidros.
Aprecio essa calmaria.
Sei que tempestade virá.
O improviso será necessário com certeza.
É algo.
Não há nada certo além da lógica da vida.
A minha esta aqui.

urububranco.

domingo, 22 de fevereiro de 2009

Carnaval de Emoções.


Acompanhei pela primeira vez o carnaval de rua.
Não sei bom como me senti.
Prestei atenção sem me fixar em nada.
Observação geral.
É sempre bom conhecer algo diferente.
Estou tentando....
É difícil quando o isolamento é longo.
Para ser franca estava deslocada.
Tudo desconhecido.
Por que fui?
Necessito regressar de alguma maneira para essa sociedade que abandonei.
É melhor ao lado do meu Piloto.
Minha filha de seis anos também estava atônita.
Mas desfrutou desse tão falado Carnaval.
Também sua primeira vez.
As pessoas jogando espuma.
Os bonecos dançarinos sobressaiam no meio da multidão.
Gigantes cabeças voando sobre nós.
Tenho que reconhecer que o povo estava dignamente vestido.
Isso apreciei muito.
Pularam harmoniosamente.
Uns em contatos com os outros.
Valeu.

urububranco.

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

Sete Meses Antes.


É sexta-feira dia dezoito.
Estou impaciente.
Aguardo um telefonema.
Marquei sair com Ele.
Uns meses atrás escolhi essa data via internet.
Meu pensamento corre enquanto meu corpo se mexe devagar.
Comprei rosas brancas e três lírios.
Um impulso que tive de dar flores.
Gesto de agradecimento e desculpa ao mesmo tempo.
Gosto do cheiro suave dos lírios.
Escolhi uma saia preta para usar com blusa branca de mangas compridas.
Tenho nos pés sapatos de salto alto da mesma cor que a saia.
Não importa aonde vou, gosto sempre de usar salto alto.
Não estou maquiada, é raro o uso de cosméticos.
Estou assustada.
Vou me encontrar com meu Piloto.
Passei uma tarde de tremedeira.
Decidir é algo.
Enfrentar a decisão é outra coisa.
O telefone toca....
Fico insegura.
Começo a vacilar...
Ensaio por mais uma pessoa nesse encontro.
Não me compreendo nesse momento.
Do outro lado da linha parece que esta tudo OK.
Não há problema.
Fico chateada comigo mesma.
Tenho ciúme do que escuto.
E raiva da minha reação.
Conserto minha falta.
Esta na hora.
Desço para esperar em frente a PUC.
Ofereço rosas.
O que sinto é da alma.
Vamos num restaurante.
Não consigo pensar em comida.
Ele come.
Eu observo.
Saimos para caminhar um pouco.
Não esperava por isso!
Tenho choque interno quando segura minha mão.
Quero correr ao atravessar a rua.
Ele diz - " Calma, devagar..."
Mostra alguns edifícios gigantes.
Comenta sobre frases ditas do irmão.
Escuto porque quero me grudar no assunto.
A necessidade de não pensar no que estou sentindo é enorme.
Sou tomada de surpresa quando me beija na calçada.
Minha mente fica bloqueada.
Caminhamos de regresso para o auto.
Entramos num quarto de hotel.
Por instinto procuro uma parede para encostar.
Ele se aproxima do meu corpo.
Minha conexão com as pernas pifou!
Tento me segurar no muro.
As pernas teimam em cair.
Conchale!! Não obedecem!
Quero pensar e não consigo.
A caixa de memória esta vazia.


urububranco.

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

Um Ano e Meio.

Aguardo no salão de hotel.
As horas não se movem.
O programa de televisão é sem graça.
As notícias não atraem a atenção.
Não importa o que o reporte está relatando.
O pensamento esta voltado para o relógio de parede.
Esse tempo de espera deixa uma ansiedade no ar.
Quanto mais falta?
Pergunta que faço de momento em momento.
Eu mesmo não compreendo porque desse estado de espírito.
Não sei se escutei bom.
É agosto, uma segunda-feira dia vinte e sete do ano dois mil e sete.
Sento e levanto do sofá.
Olho pela janela em busca de distração.
Telhados das casas que diviso são sem cor para mim.
Duas horas se passaram.
Por fim Ele chega.
Não consigo ficar quieta mentalmente.
Vamos esperar o local abrir sentados num café.
Começa a ler uma procuração.
Não escuto bom.
O nervosismo atrapalha minha audição.
Tento encarar minha companhia.
Não entendo o que se passa comigo.
É apenas um parente.
Um PRIMO.
Tenho vontade de fugir como no dia dezenove de agosto.
Dia em que cheguei no País.
Foi quando fixei meus olhos nele.
Agora sentada ali a sensação voltou.
Gostei! Estamos saindo do lugar.
Mostra a cidade para mim.
Não esperava por isso.
Não consigo acompanhar nada.
Estou em turbulência.
Sinto sensações que não quero sentir.
Quase não consigo me acalmar.
Estou tensa!
A palavra não sai.
Comprida demais a cidade nessa hora.
Tenho uma confusão no corpo.
Quero ficar ao mesmo tempo ir.
Minhas pernas tremem mesmo sentada no veículo.
Não recordo da explanação.
Apenas daqueles olhos claros me vasculhando.
Soube que jamais esqueceria aquela expressão.
Tive duas oportunidades de olhar aquela fisionomia.
Me recusei nas duas vezes.
Desviei minha atenção para outro ponto.
Ignorei a presença da pessoa.
Foram preciso anos para voltar a vê-lo.
Estou aqui.
Vivendo com meu Piloto.
Decidi enfrentar esse sentimento.
Somos duas pessoas em uma.
Sei o que deseja sem necessitar falar.
Tento não pensar para ele não ouvir.
Nossos pensamentos se dilatam.
É estranho...
Posso sentir sem tocar.
Cheiro a vida em torno de nós.


urububranco.

Combinação e Som.

Compartilhar idéias não é simples.
Ouvi e concordar somente não é o bastante.
Participar é o principal.
Não executar é morrer no pensamento.
Não importa.
As pessoas sentem e fazem diferente todo o tempo.
No caminhar, sentar, comer, agir, falar.......
Decisões são feitas sem aprovações.
A palavra fica abafada.
É emitida com toda força do desejo.
Omitida instantaneamente.
Se há vontade, o gosto não é escutado.
Tem que ser desse jeito.
Não pode ser de outro.
Mudar é difícil.
Fácil usar o que se sabe.
O caminho e as consequências identificados.
Alguém deverá ceder!
É impressionante essa frase.
Quem?
Interrogação com resposta exata.
Por Que?
É obvio o conteúdo.
Não poderia ser diferente.
Não existe essa possibilidade.
É como fantasiar o imaginário.
A realidade pisa nos sonhos.
Buscar sempre...
Sem perder o prazer.
Sem abandonar a vontade.
Não importar é melhor em todas as situações.
Não há ocasiões de desgosto.
A idéia prevalece.

urububranco.

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

Vôos de Emergência.

Colisão sem necessidade.
Em tudo há um planejamento.
O qual não acontece.
Palavra-se algo que sai ao contrário.
O original fica esquecido.
Ida sem telefonema.
Uma busca sem aviso prévio.
Saída não acompanhada.
A manteiga é o de menos.
Supermercado outra hora.
Amanhã é outro dia.
O sal não importa.
O sabor é independente.
O paladar quem faz somos nós.
Era diferente....
Eu sei!
Não haverá mais chamadas!
Ok.
Não vim para alterar.
Nenhuma intenção.
Suposições....
Tem as respostas.
Sem formular as perguntas.
Somos pessoas soltas de pensamentos.
A liberdade de agir é direito de todos.
Obrigação é prejudicial.
Direito e Dever é algo.
Substituição....
Vários pormenores entraram nesse tempo.
Fico quieta um minuto.
Uma noite depois um dia.
Preocupação....
O mais difícil aconteceu.
O resto são fases.
Ordem natural.
Não é roupa e sapato.
Câmbio e troca.
Solução...
Paciência e reflexão.
É o melhor no momento.
Desculpa pela palavra ocultada.
Pelo silêncio ouvido.

urububranco.

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

Enganos e Desenganos.


Existem palavras no nosso dicionário que não deveríamos usá-las.
São como doenças.
Contagiam no dia-a-dia.
Chegam a ser vícios.
Em algumas vezes comparo.
Palavrões.
Por surtirem um efeito de impacto nas pessoas.
Uma espécie de choque mental.
Eletricidade sem fio.
Apesar de não estarem qualificadas como palavras pornográficas.
Como....
Nunca mais!
Jamais farei!
Essa é a última vez!
Coisas desse tipo.
É um empate para o amanhã.
São pronunciadas sem sentir.
Avulsos como cartazes de parede.
Publicidade.
O simples é dizer, Não.
Pronto.
Isento de erro.
Acabou com toda confusão oral.
Alguns gostam de perturbar.
Se deliciam em deixar dúvidas.
Desespero emocional.
É como caminhar numa corda.
Ela existe.
Para os demais não é nada.
Quem entende as pessoas?

urububranco.

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

Um Adorno na Cozinha.


O espaço é limitado.
Jaula pequena.
Cresceu muito nesses meses.
O rabo.....
Desespero quando vejo essa cauda comprida e pelada.
Dá uma impressão desagradável.
Na maioria fica pendurada.
Corpo peludo e branco.
Uma pelota.
Olhos da cor de cereja.
Japonês na expressão.
É o bonito que possui.
Acompanha o café e lanche.
Primeiro dia susto.
O tamanho do animal.
É um RATO.
Com toda a força da palavra.
Agora familia.
Direitos adquiridos pelo tempo.
Cérebro.
Nome dado pelo Dono.
Um rapaz cursando a área de Psicologia na Universidade.
Decidiu adotar o bicho.
Nos primeiros tempos uma cobaia.
Assunto de análise para seus estudos.
Sentimentos surgiram para com o material.
Princípio de piedade.
Uma regra da Faculdade.
Matar o produto.
Após conclusão de pesquisa.
O futuro do Cérebro estava marcado.
Com o tempo....
Uma decisão implantou na mente do estudante.
Adoção imediata se fez.
Do laboratório a casa.
Atualmente....
Convive com o futuro Psicólogo.
Companhia diária na vida do universitário.
Nas férias nosso Cérebro viaja para o interior de São Paulo.
Bem dito, Nosso.
Essa adoção foi geral.

urububranco.

Cantar......Cantar........


Estamos nós aproximando do carnaval.
Uma vez participei desse evento.
Há muitos anos.
Mil novecentos e oitenta e dois.
Não gosto desse tipo de barulho.
Fui com um grupo.
Uma confusão.
Alegria geral.
As festas empolgam.
Havia um namorado.
Um cavalheiro.
Descobri o simples.
Conheci o comum.
Preservei o gostoso dos acontecimentos.
Saia comigo para todas as partes.
Idéias fixas de um futuro.
Minha mente como sempre em outra parte.
Participei de festas, aniversários, casamentos, shows.
Companhia agradável.
Algo sem comentários.
A vida é como as fases da Lua.
Assim penso.
Transformações.
O bom é vive-las.
Não importam as comemorações.
Sempre estou animada.
Viver é um motivo de alegria.
Faço as contas.....
O que mudou durante esses anos com os seres.
Não saberei.
É trabalhoso tomar conhecimento de algo que não se quer.
Tenho apenas um desejo.
Uma vontade.
Ela não depende somente de mim.
Terei olhos serenos.
Palavras justas.
Ouvidos incansáveis.
Para fixar nesse objetivo.
O hoje.

urububranco.

terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

Quando Temos Tudo.....


Nós falta algo.
Fica perdido no tempo certos momentos.
Alguns desejos.
Recordações.......
É um estado da alma que não dá parada.
O tempo segue.
A solução é compensar.
Procuro meios que me possibilitem esse equilíbrio.
Tenho conseguido.
Fui em busca de abraço.
Adolescente.
Suavizou a melancolia.
Gostei.
Olhei aquele quarto.
Minha mente um mês antes.
Senti sensação.
Um desejo de arrumar, mexer.
Viver o ambiente.
Filho emprestado.
O espírito aceitou essa procura.
Adaptação para a saudade.
Há recaídas.

urububranco.