Acordo por qualquer ruído.
Durmo apenas seis horas por dia.
Meu arquivo tem o costume de levantar duas vezes por noite.
Acordo com o barulho.
Os assuntos que surgem no romper da madrugada são diversos.
Noite passada o tema era sobre a revista da KLM.
Começou relatando um texto de um cardiologista.
Experiência que o médico havia passado num dos vôos dessa Companhia Aérea.
Um paciente morreu e outro estava dando muito trabalho dentro da aeronave.
Devido a instabilidade desse passageiro a aeromoça colocou- o na primeira classe.
Chegando ao destino foi recebido por uma ambulância.
Aplicaram uma dose de sedativo e o levaram.
O comitê de recepção era uma surpresa preparada na porta do avião.
Esse suposto paciente estava perturbando a paz no transcurso do vôo.
Era um brasileiro.
Cuidado quando pensarem em fazer alguma besteira dentro dos aviões da KLM.
Tive que ouvir o relato sem gosto.
Quando esses episódios acontecem, canto minha famosa musiquinha:
É importante para mim, vai mudar a minha vida.
Tenho dois anos cantando essas duas estrofes.
Sem nenhum resultado no momento.
Algumas ocasiões tenho vontade de jogá-lo no piso.
Em anos passados empurrava meu arquivo da cama para o chão.
Lembro-me que uma vez acordei quase sufocando.
Dormia-mos numa cama de casal.
Uma noite levantei me faltando a respiração.
Ele com seu enorme peso havia colocado o braço na minha garganta.
No dia seguinte comprei um colchão extra-grande.
Assim não correria o risco de um homicídio pela madrugada.
Quando durmo não me mexo.
Se movo de posição acordo.
Meu arquivo pega todo o lugar.
Passamos alguns anos nesse extra espaço.
Um dia decidi acabar com o extra.
Não dava certo, nadava a cama inteira para me buscar.
Hoje quase não durmo devido esses movimentos inconstantes.
Abri mão de muitas coisas na vida.
Mas não pensava em fazê-lo com a cama.
Consegui uma cama para mim.
Algumas ocasiões reparto com minha filha de cinco anos.
Ela dorme comigo.
As vezes procuro o sofá.
Gosto de dormir sozinha.
urububranco.
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