domingo, 16 de março de 2008

A Preferência


Trabalhei um ano e alguns meses como estagiária no Banco da Amazônia.
Nas primeiras semanas fiquei na sala da contabilidade junto com outras estagiárias.
Depois passei para uma sala isolada com o chefe da minha chefa.
Ele havia me transferido para seu escritório.
Por Que?
Foi a primeira pergunta que me fiz.
Esse foi um emprego tranqüilo.
Meu chefe era para mim uma porta ao aprendizado.
Sob sua orientação me ensinou todo o balanço do setor contábil.
Me fiz seu discípulo.
Passei a fazer o trabalho sem dificuldades.
Ele controlava e assinava os balanços do mês.
Quando saiu de férias assumi seu serviço.
Ao voltar assinou minha contabilidade sem perguntas.
Era rápida e organizada nas tarefas.
Minha ex-chefa queria me usar como extra no serviço.
Não me recusava.
Mas passei a me mover junto com o relógio.
Depois desse período resolvi pedir demissão.
Concluir que não teria oportunidades para sair dessa sala.
Trabalho e sentimentos não caminham juntos.
Duas coisas bem distintas.
Na ocasião eu contava com vinte e três anos de idade.
O ser humano tem vários pontos débeis.
Algunas pessoas só um.
Eu faço parte dessas ultimas.
Tenho boas recordações desse tempo.
Tive chance de me conhecer.
Essa descoberta é a minha bússola.

urububranco.

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