sábado, 1 de março de 2008

Ponderação


Posso cantar contos da minha existência.
Faço nessa página para sacá-los de minha mente.
Temos uma biblioteca na alma.
Onde guardamos fatos e acontecimentos presenciados e vividos por nós.
Alguns marcantes, outros menos importantes.
A lua sempre exerceu um encantamento em mim.
Quando solteira dormia perto da janela.
Para não perde-la de vista.
Pensava que ao fechar os olhos ela me protegeria do invisível do inevitável.
A noite é misteriosa e enigmática.
Recordo quando solteira saia de moto.
Namorava com o irmão do meu ex-namorado.
A moto era dele, corríamos Belém-Icoaraci várias vezes.
Eu, ele e mais dois colegas nossos.
Eram os melhores instantes para mim.
Ocasiões de silêncio precioso.
Um dia nosso amigo teve um acidente perdendo a vida.
Presenciei a dor estampada na cara do meu namorado.
Não sofri com ele.
Lastimei apenas a vida que se tinha ido.
Era um adolescente sem oportunidades.
Depois disso nunca mais andei de moto.
Não por medo, mas porque o namoro terminou.
Resolvi dar um tempo para a vida e para mim.

urububranco.

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