terça-feira, 26 de fevereiro de 2008

Um Defeito ou Solução


Estão olhando meu pé?
Vou contar para vocês.
É desse jeito, sem graça , esse lado não é operado.
Desde criança meus defeituosos pés me ajudavam a me proteger dos meninos atrevidos na escola.
Chutava todos quando me esgotavam a paciência.
Quando pequena usava botas ortopédicas.
Deixei de usá-las com 9 anos, eu acho.
Com 11 anos aproveitava para subir em árvore de goiaba do Conservatório de Música, junto com minha irmã e Rita nossa colega.
Uma distraia a vigilância, outra ficava em baixo da goiabeira para pegar as goiabas e, eu subia nessa árvore para arrancar a fruta e joga-las.
Era divertido.
Com 12 anos escapava da educação física subindo nas árvores.
Lá de cima ficava vendo minha turma dá duro e suar.
Quando era pega, mandavam-me para a sala dos professores.
No primeiro ano não podia fazer essas peripécias, nosso professor era um Sargento da FAB.
Comecei a pular das ginásticas no segundo ano, quando conseguiram uma professora.
Com 16 descobri que podia usá-los para correr.
Foi um longo ano correndo junto com minha irmã.
Nós duas depois resolvemos apenas andar.
Íamos e vinhamos andando da escola em São José dos Campos.
Naquela época moravamos no CTA.
Não gostava de aguardar pelo ônibus.
Nessa época descobri que não gostava de fardas.
Completei meus 19 anos e me inscrevi nos exames para Faculdade de Educação Física.
Não que gostasse, era o melhor a fazer na época.
Tive a cara de pau de querer me preparar para o teste físico em uma semana e meia.
Um grande desafio!!!
Treinava de manhã e de tarde, na frente das minhas colegas não fazia feio.
O difícil era subir no ônibus.
O tempo para fazer era minimo.
Quem não conhece nossos motoristas brasileiros?
Chegava em casa implorando uma cadeira.
A escada para o meu quarto parecia uma trepadeira.
Consegui aprender a boiar e assim poder atravessar uma piscina de costas , apenas movimentando os tortos pés e os bracos.
Para mim uma vitória!
Estava pronta para as provas finais.
Nesse dia estava tão cansada que não consegui levantar a perna para fazer um pequeno ângulo de 90 graus.
Eu mesma me eliminei.
Não sofri com a derrota.
Mais tarde por exigência da Faculdade onde freqüentava fui obrigada a escolher uma ginástica.
Novamente o exercício me perseguindo.
Fui para o karatê devido ser no único horário disponível para mim.
Uma luta para fugir dos golpes dos colegas.
Freqüentei um pouco mais de um ano.
Meu mestre queria que continuasse.
Eu! Ficar cheia de caroços nas mãos de tanto dar soco num pedaco de madeira no sentido vertical posta num lado da sala para treino.
Os pés não eram problema, simples dar golpes na tabua.
Nos treinamentos imitavamos Tarzam, gritar aos pulmões.
Agora meus pés estão conhecendo as bicicletas.
Progredi!

urububranco

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