segunda-feira, 15 de março de 2010

Uma fera

As vezes é melhor meter a cabeça num buraco.
Enfiar algodão nas orelhas.
E uma grande maçã na boca.

Mesmo com os olhos fechados me chega a visão na frente.
Acordo com a sensação do encontro.
Onde tudo é permitido a mente.

Não há olhos estranhos.
Nem tormento que não se aguente.
Não existe outro ser.
Que o abençoado latente.

Fujo para esse espaço tão amado.
Uma época de desejo, de vontade.
Saudades me esquentam a alma.
Numa metamorfose doente.

Em desespero ergo uma prece.
Para acalmar minha dor.
Uma esperança aparece.
Com os lírios do amor.

Amor de muitas Eras, sem descanso alimento.
Como deitar sem te ver?
Abraçar o vazio no ar!
Depois de ter experimentado.
As gotas do néctar.

Reminiscência me buscam a alma.
É impossível não ter.
Desse líquido transparente.
Ficar sem beber.

Idéias sustentei no caminho.
Da palavra precisei.
Por meses quis escutar.
De minha boca implorar.
Ama-me sem acabar.

Silêncio se fez presente.
Nesse de repente.
Quis gritar, contestar.
Uma fera domar.

Quero me esconder nos teus braços.
Sentir aliviar meu cansaço.
Me deitar novamente.
No leito ardente.

urububranco.

2 comentários:

Anônimo disse...

Ele merece tudo isso? Estava inspirada. Parabéns!

procurando artistas disse...

Ele merece.
Porque existe.
Porque vive.
Porque amou.
Porque sofreu.
Para mim esta em outra dimensão.
Obrigada pelo elogio.
Voce também faz versos maravilhosos.