domingo, 14 de fevereiro de 2010

Conversa de cozinha.

Ontem recordei a infância dando gargalhadas.
Vejo esse tempo como passatempo.
A adolescência vivida.
O primeiro beijo.
Nossa que susto!
Sensação sem descrição.
Num frenesi desesperado lavava a boca.
Gosto de roubo, furto.
Não saia da minha mente e da língua.
Um menino ousou me beijar!!
Esse episódio foi dramático.
Fiquei intacta por anos.
Era menina moça.
Namorar era revoltante.
Não achava interessante esse tipo de socialização, se assim posso classificar.
O melhor eram livros, filmes e danças.
Resumindo minha vida sem choques corporais.
Sentada na cozinha fiz um passeio mental com minha gêmea.
Essa eletricidade toda nos envolveu o funcionamento cerebral.
Gostoso gostar de recordar.
Foi uma hilariante noitada.
Pensando bem os maiores problemas eram os filhos de militares.
Nós perseguiam na escola.
Aprontávamos essa é a verdade.
Sempre temos algo que nós excita a imaginação.
Hummmm.....velhos tempos.....
Estou aqui novamente.
Depois de vinte e três anos.
Me martela uma idéia na cabeça desde minha chegada.
Vou fazer arte, com certeza!
Tenho meio século de existência.
O que sei são apenas livros.
Sou uma ignorante...feliz!
O que escutei do pessoal da terceira idade me fez contente comigo mesma.
Quero mudar sim dentro de mim.
Mas conservando essa capacidade que tenho de sorrir.
Descobri o beijo.
Fino e aromático extraído da alma.
Do íntimo de um Ser.
Essência verdadeira do meu querer.
Sei que todos beijão.
Parece uma epidemia.
Beijo na testa, na face, no queixo, na boca, no corpo.....e por ai vai....
Por princípio não gosto de beijar ninguém, nem colegas, amigos, conhecidos...
O máximo que ainda posso chegar é um aperto de mão.
Ou como na adolescência uma inclinação de cabeça.
Esses novos hábitos de sair beijando não dá.
Os parentes nada contra é familia, diferença grande.
Os conhecidos tenho feito por obrigação, não por desejo próprio.
Beijo com gosto, prazer e vontade é voce.
Que queixa de ter sumido a página.
O acesso é para todos em especial para voce.
Atravessei o Atlântico para beijar.
Várias vezes tive que implorar um beijo com os gestos.
Bom deixa para lá.
Dizem que aqui se faz e aqui se paga.
Quem sabe estou tendo de volta as façanhas que cometi na juventude.
Afinal é tortura ficar pensando.
Dizem que amar é sofrer.
Não sei, no momento sofro de tudo.
Saudade, ausência, demência....
O corpo é o único que não padece.
As vezes fico pensando....
Será que é devido a isso que as pessoas chegam a velhice com reumatismo, artrose e osteoporose?
Sim porque todos sem escapatória nessa idade tem esse problemão, boto assim.
Uma inflamação mundial.

urububranco.

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