terça-feira, 21 de julho de 2009

Interessante Temporada.



Um acontecimento no meio do nada.
Recordo de 30 de outubro de 2001 me levaram a água.
Sem luz, água, calor para aquecer o recinto.
Trinta metros quadrados de espaço com frio de sete gruasC.
Época de equilíbrio.
Todos os dias...
Caminhava um kilometro até o estacionamento do auto.
Lavava nossas roupas numa lavanderia.
Várias máquinas funcionando.
Depositava as peças o sabão e aguardava sentada.
Essa maravilhosa máquina fazia todo o processo até a secagem total.
Permanecia ali duas horas olhando o mecanismo funcionar.
Depois passava para a segunda etapa.
Busca de liquido para suprir a primeira necessidade.
Garrafas vazias de refrigerante eram enchidas com água potável, cozinhar e beber.
Do estacionamento conseguia bicicleta para transportar produtos de supermercado, roupa lavada e água.
Várias viagens nesse veículo de duas rodas eram feitas até nossos trinta metros ocupados.
Divididos com um beliche, duas camas camping, 30 caixas com livros, um frigobar, fogareiro, mesa com quatro cadeiras e três filhos menores de quinze anos.
Espaço nenhum para nada.
Sem energia usávamos a televisão para jogar playstation2 carregada num mini gerador.
Podendo ser usado nos sábados e domingos.
Diversão de fim de semana pelas manhãs.
Nossa pia de uso geral media um metro de comprimento.
Num barril do lado de fora da casa armazenava água da chuva para tomar banho e lavar louça.
Água fervida era depositada em dois baldes um para o uso domestico e, outro para o WC e doucha.
Meu filho mais velho bicicletava catorze kilometros por dia para ir ao colégio.
As duas menores levava com carro.
Foram dias de muitas chuvas e escuros.
As quatro horas da tarde não havia mais claridade no céu.
Acendia velas para fazerem as tarefas da escola.
As seis todos prontos para dormir.
Conversávamos muito nessas noites.
A necessidade de segurança nós aproximava.
Dormíamos ao som das vacas nas fazendas vizinhas.
Mesmo nessas condições tínhamos o silêncio do campo.
A força de vontade de vencer era maior que qualquer obstáculo.
Notava no rosto o desânimo ao me perguntarem:
" Mamãe quando vamos conseguir uma casa?"
Minha resposta era sempre a mesma, " não vai demorar ".
Meu equilíbrio e calma faziam com que houvesse paciência nesses rostos.
Entre todo tumulto dividia o tempo em busca de casa.
Nossos trinta metros tinha o chão de compensado com paredes e telhado de plástico duro.
Ficamos nesse local julho,agosto, setembro, outubro e novembro.
O último mês foi duro levaram a água.
Toda situação é compensada.
Não importa como ela venha.
A possibilidade de crescer existe...

urububranco.

Um comentário:

Anônimo disse...

Gostei muito. Parabéns!